Os Batistas no Brasil

Thomas Jefferson Bowen, missionário americano, foi enviado, em 1860, para o Brasil. Tempos depois, um grupo de colonos norte-americanos sulistas desembarcou em Santa Bárbara D´Oeste, SP. Grande parte deles era de origem protestante e, em 10 de setembro de 1871, eles organizaram a primeira igreja batista em terras brasileiras, sob a coordenação do pastor Richard Ratcliff. No início, os cultos eram em inglês, o que afastava os habitantes locais.

Em 1881 chegaram ao Brasil o casal missionário William Buck Bagby e Anne Luther Bagby. Em 1882 foi organizada a Primeira Igreja Batista da Bahia, voltada para a evangelização do Brasil.  Os casais William Buck Bagby e Anne Luther Bagby, e Zacharias Clay Taylor e Kate Stevens Crawford Taylor (também missionários vindos dos Estados Unidos da América), auxiliados pelo ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque, organizaram, no dia 31 de agosto de 1882, a Primeira Igreja Batista do Brasil (em Salvador, BA). Nos primeiros 25 anos de incansável trabalho missionário, os Bagby e os Taylor, com Albuquerque, auxiliados por outros missionários e um número crescente de brasileiros convertidos à nova fé, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.

A Convenção Batista Brasileira (CBB) – órgão fundado em 1907 e que hoje reúne quase sete mil igrejas a ela filiadas – aprovou a seguinte resolução: “Reconhecemos que a inserção do trabalho batista no Brasil se deu por duas vias: a via da imigração (1871) e a via da missão (1882)”.

Um dos maiores nomes da história dos batistas brasileiros é Salomão Luiz Ginsburg – um judeu polonês que viveu o Brasil durante 37 anos. Missionário, organizou dezenas de igrejas, inclusive a Primeira Igreja Batista de São João de Meriti, da qual foi seu primeiro pastor. Dentre seus legados destacam-se os mais de 100 hinos do Cantor Cristão (coletânea de hinos sacros) que ele compôs ou traduziu para a nossa língua.

Com o surgimento da Reforma Protestante, no século XVI, criou-se a oportunidade para que muitos grupos de cristãos intensificassem sua pregação. Entre esses estavam os cristãos conhecidos como “Anabatistas”, nome que significa “rebatizadores” ou “aqueles que batizam novamente”.

Após a reforma religiosa na Inglaterra, quando foi estabelecida a Igreja Anglicana (igreja oficial ou estatal inglesa), surgiu o movimento chamado Puritano. Entre os puritanos havia alguns grupos, influenciados pelos anabatistas, que defendiam um sistema eclesiástico congregacional (igreja local independente e autônoma, com as decisões tomadas pelos seus membros), o batismo voluntário e a separação da igreja do Estado.

Um grupo de refugiados ingleses que foi para a Holanda em busca de liberdade religiosa, liderado por John Smyth e Thomas Helwis, organizou em Amsterdã, em 1609, uma igreja de doutrina batista, como era o sonho destes dois líderes. Com a morte de Smyth, Thomas Helwis e seus irmãos na fé regressaram para a Inglaterra.

Considerando-se as raízes do nome “Batista”, a história começa com a organização da igreja em Spitafields, nos arredores de Londres, em 1612, por Thomas Helwis e seus seguidores (já batizados na igreja em Amsterdã). Foi essa igreja que iniciou a linhagem de igrejas batistas que logo começaram a crescer na Inglaterra, mas não com facilidade, porém sob severa perseguição por não estarem de acordo com a igreja oficial, a Igreja Anglicana. A perseguição aos batistas e a outros separatistas (que não aceitavam o controle do Estado sobre as igrejas) os levou a várias partes do mundo e, em especial, às colônias da América do Norte, especialmente nos Estados Unidos, em busca de liberdade religiosa.

Uma das características dos batistas ao longo dos tempos é o seu profundo amor por missões. Isto fez com que a igreja se expandisse por todo o mundo. Atualmente os batistas estão presentes em mais de 200 países com uma população de mais de 46 milhões de membros em cerca de 180 mil igrejas.

FONTE DA PESQUISA
“Pacto e Comunhão: documentos batistas”. Convicção Editora, 2010

Rolar para cima